Quando consideramos a gestação de alto risco?

Gestação de alto risco: como saber

Todas as gestações apresentam riscos. No entanto, chamamos algumas de gestação de alto risco porque, como o nome já diz, elas podem gerar mais riscos à mãe, ao bebê ou a ambos.

Nestes casos, entende-se que a mulher pode precisar de cuidados extras antes, durante e depois do parto. São esses cuidados que reduzem a possibilidade de complicações.

No entanto, vale ressaltar: ter uma gravidez considerada de alto risco não significa que você ou seu bebê terão problemas. Muitas pessoas experimentam gestações saudáveis, com um trabalho de parto e um parto normais, apesar de terem tido a necessidade de cuidados especiais durante a gravidez.

5 fatores de uma gestação de alto risco

1 – Idade da mãe

Quando você ouve o termo gestação de alto risco, pode automaticamente associá-lo a algum problema de saúde materno ou fetal. No entanto, simplesmente ter mais de 35 anos (especialmente se for sua primeira gravidez) coloca você na categoria de alto risco. Isso porque as mulheres após essa idade são mais propensas a terem um trabalho de parto prolongado, com complicações e necessidade de uma cesariana. Além disso, mulheres em “idade materna avançada” (AMA) também têm maior probabilidade de ter um bebê com um distúrbio genético ou cromossômico.

Da mesma forma, mães muito jovens também se enquadram na categoria de alto risco, pois são mais propensas a desenvolver pressão alta relacionada à gravidez. Ainda, tendem a entrar em trabalho de parto mais cedo e ter bebês com baixo peso ao nascer.

2 – Condições médicas

Condições de saúde preexistentes colocam automaticamente riscos adicionais em qualquer gravidez. Mulheres que foram diagnosticadas com uma doença crônica como doença renal, lúpus, doença da tireóide, epilepsia ou anemia falciforme têm gestações de alto risco, assim como mulheres afetadas por depressão clínica ou transtorno de ansiedade.

Condições médicas preexistentes comuns que transformam uma gravidez em uma gestação de alto risco incluem:

  • Diabetes

Se você não controlar seu diabetes adequadamente durante a gravidez, corre um risco maior de desenvolver hipertensão gestacional ou de dar à luz antes do tempo. Também é mais provável que você dê à luz um bebê muito grande ou com baixos níveis de açúcar no sangue, problemas respiratórios ou defeitos congênitos.

  • Pressão alta

A hipertensão mal administrada pode fazer com que seu bebê se desenvolva mais lentamente do que o normal ou chegue mais cedo do que o esperado. Além disso, o descolamento prematuro da placenta, que ocorre quando a placenta se separa do útero antes do nascimento do bebê, é uma complicação potencialmente fatal diretamente ligada à pressão alta.

  • Obesidade

Se você tem um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais, é mais provável que você desenvolva diabetes gestacional, diabetes tipo 2 e pressão alta durante a gravidez. Ainda, a obesidade torna mais provável que seu trabalho de parto precise ser induzido ou que você necessite de uma cesariana.

3 – Complicações na gravidez

Uma gravidez pode começar normal, mas, com o tempo, apresentar certas complicações que a tornam uma gestação de alto risco. As mulheres que desenvolvem hipertensão, diabetes gestacional ou qualquer outro problema de saúde significativo durante a gravidez tornam-se pacientes de alto risco, assim como as que desenvolvem algum tipo de problema relacionado à placenta.

Por exemplo, a pré-eclâmpsia, que pode surgir durante a segunda metade da gravidez, ocorre quando você desenvolve pressão alta e vazamentos de proteínas na urina. Essa condição de alto risco pode afetar a saúde da mãe e retardar significativamente o crescimento e o desenvolvimento do bebê. Como o parto é a maneira de resolver a pré-eclâmpsia, pode ser necessário antecipá-lo caso o problema seja diagnosticado.

Entre as complicações podem se desenvolver durante a gravidez, temos:

  • Trabalho de parto prematuro
  • Posição anormal da placenta
  • Diabetes gestacional
  • Complicações com o coração, pulmões ou rins do bebê
  • Infecção
  • Gravidez ectópica

4 – Complicações em gestações anteriores

Mães que tiveram complicações em gestações anteriores têm sua nova gravidez automaticamente consideradas de alto risco.

5 – Gravidez múltipla

Se você está grávida de mais de um filho, consideramos sua gestação de alto risco. Isso porque ter mais de um bebê aumenta as chances de complicações na gravidez.

Quais são os sinais e sintomas da gestação de alto risco?

Um bom pré-natal, com acompanhamento de qualidade, é suficiente para identificar condições que podem tornar uma gestação de alto risco. No entanto, caso a mulher sinta algum dos sintomas abaixo, deve entrar imediatamente em contato com sua obstetra (mesmo se sua gravidez não for considerada uma gestação de alto risco):

  • Dor abdominal que não passa.
  • Dor no peito.
  • Tonturas ou desmaios.
  • Fadiga extrema.
  • O movimento do bebê parando ou diminuindo.
  • Palpitações cardíacas.
  • Náuseas e vômitos piores do que os enjoos matinais normais.
  • Dor de cabeça intensa que não desaparece ou piora.
  • Inchaço, vermelhidão ou dor no rosto ou nos membros.
  • Problemas respiratórios.
  • Sangramento ou corrimento vaginal.

Quais são as possíveis complicações da gestação de alto risco?

Uma gestação de alto risco, se não acompanhada com o devido cuidado, pode ser fatal para a mãe, para o bebê ou para ambos. Complicações graves podem incluir:

  • Pré-eclâmpsia (pressão alta da gravidez)
  • Eclâmpsia (episódios de convulsão da gravidez)
  • Parto prematuro
  • Necessidade de uma cesariana
  • Sangramento excessivo durante o trabalho de parto e parto ou após o nascimento
  • Baixo ou alto peso ao nascer
  • Malformações congênitas
  • Problemas com o desenvolvimento do cérebro do bebê
  • Aborto espontâneo
  • Natimorto

Como saber se você tem uma gestação de alto risco?

Como mencionei acima, contar com cuidados pré-natais completos e desde o início da gravidez é fundamental. É a melhor maneira de detectar e diagnosticar uma gestação de alto risco. Neste processo, certifique-se de informar sua obstetra sobre seu histórico de saúde, incluindo gestações anteriores.

O mais importante: fique tranquila. Na maioria dos casos, uma gestação de alto risco significa apenas redobrar os cuidados e ter um olhar mais atento a certos aspectos da gravidez. Por isso, inclusive, é tão importante contar com o acompanhamento de uma obstetra qualificada, experiente e na qual você confia.

Caso tenha outras dúvidas sobre gestação de alto risco ou gravidez de modo geral, deixe um comentário por aqui ou me siga no Instagram: @dratatianamadalon.

Dra. Tatiana Madalon
Ginecologista, obstetra e mãe de 2
CRMSP: 139202 / RQE: 76759

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